domingo, maio 15, 2011

O Apanhador do Campo de Centeios - J.D. Salinger

"Juntei alguma grana, chamei alguns amigos, tracei um roteiro, ou melhor, queria chegar a um ponto do mapa, não sabia como, mas ao menos queria.
Juntei algumas desilusões e blablablas contra mim, chamei todos meus amigos de traidores, terminei meu pseudo-namoro, e sai.
A primeira noite fiquei por territórios conhecidos. Decidi sair tarde, não tinha mais condução que pudesse me levar para longe, só táxi, e táxis são caros, até poderia ser uma boa idéia: me levaria até certo ponto, e eu poderia ir conversando o que quiser com o motorista - com a certeza de nunca mais vê-lo -, enfim, só estou supondo o que poderia ter feito, pois fiz diferente.
Comprei uma garrafa de cachaça, pó de suco para diluir, e algumas bolachas e amendoins; deixei um pacote de bolacha com um cara sinistro que me parou na rua - me neguei a encher o copo dele com meu goró, a noite seria muito longa- , não que tenha medo, é que tenho bom coração; e assim segui sentido a uma rua onde muitas pessoas estariam em mesmas condições de desabamento sentimental.
Desabafos, repentinos laços, fluxo intenso de pensamentos, coisas que antes me chamavam a atenção e me interessavam, e naquele dia me faziam sentir um indiferente, uma peça desse quebra-cabeça ridículo de mau gosto. Me senti mal por ter escolhido passar a primeira noite de minha nova vida naquele lugar, não me serviu de nada, agora só quero ir pra mais longe, longe de qualquer humano corrompido, longe de qualquer estupidez; então, decidida e finalmente me larguei ao destino. Naquela hora já estavam em funcionamento os tranportes públicos e os terminais rodoviários, joguei fora aquela memória de vidinha (que somou a si a da noite em que quase me fez desistir do meus novos ideais), e parti, realmente sem expectativas, o por vir será sempre melhor, independente do que efetivamente acontecer, o parametro será sempre esse."

A Dani, linda, e seu blog, Relicários Das Índias, lindo, sempre me inspiram a escrever, e esse post é totalmente inspirado no post dela do "Cem Anos de Solidão".
Também te dedico, apesar de você escrever contos muito mais talentosos e de melhor bom gosto do que eu.
Você também sabe que escrevo por acessos de inspiração, e esse não foi diferente, se constrói em cima de um livro que se não leu, leia, e que para mim foi uma boa leitura, confortante, inspiradora e agora, compartilhada.

terça-feira, maio 10, 2011

E estão encerrada as ligações pela madrugada, o beijo ao acordar, nossos carinhos fartamente distribuidos...

Foi muito bom. É muito bom, ainda, por isso dói. Assinei um contrato perante a mim e a mim mesmo, sabendo do que teria que passar em caso de quebra. E o rompimento era implícito. Construi uma felicidade que não estava em mim: cláusula primeira.
Você não precisava ter sido assim. Eu poderia ter cedido em alguma coisa também. Até mudei, sim. (Tomem cuidado: ao tomarmos posse de muito conhecimento, as vezes nos consideramos íntegros e imutáveis). Mudamos. Mas faltou alguma coisa. Sem culpas, sem rancor, quero seu bem pra sempre em vida, quero seu bem, tivemos e passou, marcou, mudou, criamos esperanças.
A felicidade reside em mim, dou espaço a ela atuar, livre-arbítrio, mas agora, agora, ela está quietinha, porque penso em ti, e isso não me deixa mais alegre. Me fará alegre, como fazia, mas leva tempo...

sábado, maio 07, 2011

BAIXEM ESCUTEM BOA VIAGEM

http://www.criolo.art.br/criolononaorelhahotsite/

uma dose de realidade com horror
tem que ter estomago forte e treinado.

"Que independente disso,
eu não passo, de um malandro
de um muleque do Brasil
Que peço e dou esmolas
que ando e penso sempre com mais de um
por isso ninguém vê minha sacola
dum dem"

Rinkisha

A experiência é intensa
impossível voltar ileso

As vezes me consideram estranho
eu me considero estranho
e quem não se considera?

'Delua',
como guia.